Após a Primeira Revolução Industrial, a disseminação e uso de recursos produtivos, cada vez mais modernos e sofisticados à época, tornaram-se algo inevitável. Esse implacável uso dos artifícios acaba impactando, positivamente, as empresas de todos os ramos por meio do aumento de produção, da redução de tempo de fabricação e da melhoria dos mecanismos de desenvolvimento do produto.

Diante do apresentado, você já percebeu que o mundo está, a todo momento, criando e usufruindo de novas soluções? Além do mais, você já percebeu como hoje em dia os processos fabris são muito mais automatizados? 

Pois é, com o presente texto você vai conhecer, breve e rapidamente, como chegamos até aqui para obter a automatização dos recursos industriais, assim como, entrará em contato com os mais novos conceitos da Indústria 4.0 e, por fim, descobrirá quais são os benefícios e os desafios que a indústria têxtil terá com a Quarta Revolução  Industrial! Vamos lá? 

Conheça um pouco sobre as revoluções industriais

De acordo com Bitkom e seus companheiros de pesquisa, citados por Santos, Alberto, Lima e Charrua-Santos, as revoluções industriais são caracterizadas de acordo com as inovações que beneficiaram os setores de produtividade.

Decorrente disso, pode-se afirmar que, houveram até hoje 3 revoluções industriais e, nos dias de hoje, está sendo vivida a quarta revolução industrial. Conforme Bitkom e seus companheiros de pesquisa, citados pelos autores já mencionados, evidenciam-se as seguintes características de cada revolução industrial:

  • Primeira Revolução Industrial

A 1ª Revolução Industrial foi marcada pela transição entre o trabalho manual e artesanal pela mecanização. Além do mais, cabe destacar que, essa mecanização foi oriunda do invento da máquina a vapor. Desse modo, com a força mecânica proporcionada pela passagem do vapor foi possível desenvolver recursos mecânicos para a fabricação dos produtos. 

  • Segunda Revolução Industrial

A 2ª Revolução Industrial iniciou-se no início do século XX, mais precisamente em 1870 com a utilização da eletricidade nos sistemas produtivos. Nessa fase, a característica principal é a produção em massa. Ou seja, passou-se a acumular os produtos disponíveis em estoques.


  • Terceira Revolução Industrial

Já a 3ª Revolução Industrial é um movimento que está acontecendo desde o ano de 1970 até os dias atuais. Sobre isso, essa fase dos processos industriais é marcada pelo emprego da tecnologia da informação como ferramenta de aprimoração dos meios já automatizados.

Entendi, mas o que é a Indústria 4.0?

Conforme Piccinini e Carvalhinha, ambas mestres na área têxtil pela Universidade de São Paulo, o jargão “Indústria 4.0” foi usado inicialmente pelo governo alemão em um de seus eventos. Lá, eles usaram para ilustrar que, no presente, está ocorrendo a transição entre a 3ª Revolução Industrial e a 4ª Revolução Industrial. Além do mais, sugerem que, no futuro a realidade de comercialização e de produção seria diferente de como é hoje.   

Neste contexto, de acordo com Joaquim Meireles Ribeiro, a Indústria 4.0 nada mais é que a fusão dos aparatos tecnológicos mais recentes. Assim sendo, os processos de produção, comercialização e gestão seriam, não apenas automatizados, mas sim, digitalizados, permitindo a abertura de portas inéditas ao comércio e à indústria. 

Agora que você já sabe tudo isso, confira, a seguir, alguns princípios do conceito Indústria 4.0:

  • Digitalização e automatização dos métodos que possibilitam avanço no aproveitamento dos recursos humanos e materiais; 
  • Tratamento das informações em tempo real, permitindo a identificação das  fases dos processos industriais, assegurando o controle de qualidade e possibilitando maior assertividade para tomar decisões; 
  • Monitoração e rastreio dos produtos e procedimentos responsáveis por  melhorar o desempenho dos estoques;

 

  • Auxílio dos sistemas cyber-físicos e de sensores MES (Manufacturing Execution Systems) para tomar decisões, permitindo fabricação em tempo real, bem como, melhores aproveitamos do maquinário e diminuição do  tempo de produção;

 

  • Funcionamento autônomo das máquinas por meio do recebimento de comandos, assim como também, realização de manutenções preventivas através da transmissão de informações sobre o ciclo vital do equipamento;

 

  • Produção conforme a demanda, permitindo usar somente os recursos necessários para a elaboração das respectivas tarefas, otimizando a  produção e gerando economia de energia;

 

  • Customização dos artigos comerciais, adaptáveis às necessidades dos clientes.

 

Desafios e benefícios para a indústria do vestuário se adequar à Indústria 4.0

 

Confira, abaixo, os desafios e benefícios levantados por Mariana Casimiro Carlota em sua dissertação de mestrado:

 

Desafios

  • Maior diversificação da oferta de produtos;
  • Consumidor ter acesso aos processos de produção do produto final;
  • Volatilidade entre as tendências das estações;
  • Imprevisão de tendências;
  • Escassez de mão de obra qualificada;
  • Ser um dos setores mais poluentes do ramo de indústrias transformadoras.

 

Benefícios

 

  • Produção de peças cada vez mais rápida;
  • Massificação da customização dos produtos;
  • Utilização de equipamentos eletrônicos que permitem o rastreio dos produtos;
  • Aumento da flexibilidade do processo produtivo;
  • Análise focada nas preferências dos consumidores por meio das tecnologias;
  • Automação dos procedimentos produtivos;
  • Uso da tecnologia, como a realidade aumentada, por exemplo;
  • Tornar os processos mais eficientes por meio da monitoração tecnológica da utilização dos recursos disponíveis.


 

 

REFERÊNCIAS:

CARLOTA, M. C. A Indústria 4.0 aplicada aos Setores da Moda. 2018. 75 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia e Gestão Industrial) – Universidade da Beira Interior, Covilhã, 2018. Disponível em: https://ubibliorum.ubi.pt/handle/10400.6/9985. Acesso em: 22 out. 2020.

SANTOS, B. P. et al. Indústria 4.0: desafios e oportunidades. Revista Produção e Desenvolvimento, v.4, n.1, p.111-124, 2018. Disponível em: https://revistas.cefet-rj.br/index.php/producaoedesenvolvimento/article/view/e316/193. Acesso em: 22 out. 2020.

PICCININI, L; CARVALHINHA, M. P. A indústria 4.0 e os novos paradigmas da relação entre produção e consumo: implicações para organização do trabalho na indústria do vestuário. In: Colóquio de Moda, 13., 2017, Bauru. Resumos […]. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2017. Disponível em: http://www.coloquiomoda.com.br/anais/Coloquio%20de%20Moda%20-%202017/GT/gt_06/gt_6_Industria_40_na_Moda.pdf. Acesso em: 22 out. 2020.

RIBEIRO, J. M. O conceito da indústria 4.0 na confecção: análise e implementação. 2017. 99 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Têxtil) – Universidade do Minho, Braga, 2017. Disponível em: https://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/49413. Acesso em: 22 out. 2020.